Pesquisa - substantivo feminino 1. Conjunto de atividades que têm por finalidade a descoberta de novos conhecimentos no domínio científico, literário, artístico etc. 2. Investigação ou indagação minuciosa 3. exame de laboratório. Chato não? Pois é, mas quando eu vou para o laboratório, com meu jeans e minhas havaianas, eu observo e brinco. Uma vez uma professora de psicologia disse que os animais aprendem observando os mais velhos, e os humanos também aprendem brincando. Isso nunca me pareceu tão verdadeiro. Posso dizer que brinco de conhecer, isso é pesquisa para mim. Tudo bem, concordo que sou suspeita para falar! Não nego, mas nessas poucas linhas vou tentar mostrar o universo do meu quarto de brinquedo: o campo da pesquisa. Mais especificamente a pesquisa no campo biológico.
Se você acha que pesquisar é ficar o dia inteiro trancado em um laboratório fazendo contas, misturando líquidos coloridos e procurando respostas para problemas aparentemente estúpidos... É talvez, mas só talvez, você esteja um pouco certo. Manipular instrumentos, fórmulas, ratos e teorias é parte de nossa rotina, mas só uma parte. O que mais me encanta é o imenso trabalho teórico e a profunda reflexão que os resultados das nossas manipulações trazem. A pesquisa não é para todos, isso é um fato. Ela pode ser bem ingrata, mas mesmo arredia e absurdamente cética, não esconde sua misteriosa beleza. Essa é a chave - o mistério. Se enveredar pelo mundo científico é para aqueles colegas que vivem fazendo perguntas nos últimos minutos da aula. Só para empolgar o professor e passar do horário. Perdoe-nos colegas, estamos tão maravilhados que esquecemos de olhar no relógio. Diria que o mundo das investigações é para aqueles amigos que inoportunamente acham um monte de temas derivados daquele tão simples que a professora passou. E vai sobrar para todo mundo falar lá na frente. Desculpe-nos amigos, é que achamos tão interessantes os temas que não podíamos deixar de citar. Para esse, é um prazer se ver mergulhado em questões ainda sem resposta. Afinal o que seria do mundo se soubéssemos de tudo? Filosófico demais? Vá se acostumando, até nossos números são dotados do mais profundo sentido, mesmo que sejam apenas números. Poderia dizer que ser cientista é ser muito curioso, filósofo e paciente (e que paciência). Ser muito, mas muito sortudo, “magaiver” e principalmente insaciável, característica incompreensível para muitos. “Para que me serve saber como se agrupam as moléculas para formar o fio de cabelo? Não basta saber que ele existe que temos que domá-lo todas as manhãs?” Foi mal, mas para nós não basta, é simplesmente fantástico ver os polímeros agrupadinhos. – Me desculpe, empolguei. – Resumindo, se é que é possível, o pesquisador é uma pessoa normal – temos que acreditar nisso – apenas curiosos demais e apaixonados pela arte de estudar, conhecer e descobrir. Somos fissurados pelos mais diversos temas, por isso vivemos com os narizes enfiados nos livros. Se você é assim, bem vindo ao grupo. Se não, desculpe-nos o transtorno. Brincadeirinha. Obrigado pela paciência.
P. S. Prometo que na próxima edição tentarei falar dos aspectos concretos da pesquisa.
by Melanie Alves – aspirante à pesquisadora